A Black Friday de 2024 já está sendo chamada de a “Black Friday da Transformação”. Depois de 2023 onde as vendas não atingiram o esperado, o varejo brasileiro está pronto para se reinventar. Com um e-commerce em pleno crescimento, que já faturou R$ 235 bilhões até outubro, e uma expectativa de crescimento de 9,1% nas vendas durante os quatro dias principais da Black Friday, este ano promete redefinir a maneira como os consumidores e varejistas encaram um dos maiores eventos do comércio global.
Quais são, então, as expectativas para o varejo nesta Black Friday e como o mercado deve se preparar para esse novo cenário de consumo?
1. Black Friday em 2024: Muito Mais do que um Evento de Descontos
Não há dúvidas de que a Black Friday se transformou de uma data de descontos para um verdadeiro “festival de consumo” ao longo do mês de novembro. Os consumidores não estão mais limitados a esperar pelas ofertas de um único dia. Para os varejistas, isso significa que é hora de encarar a Black Friday como uma maratona e não uma corrida de velocidade.
Ao longo de novembro, é essencial que as marcas criem um calendário estratégico de promoções, que mantenham o interesse do consumidor sem desgastar a percepção de valor. A tendência é que tenhamos uma Black Friday ainda mais distribuída, focando em criar campanhas segmentadas que ofereçam valor real ao consumidor.
2. A Nova Jornada do Consumidor: Do Planejamento ao Foco na Experiência
O comportamento do consumidor mudou — eles estão mais bem informados, planejando as compras com mais antecedência e aproveitando as promoções para realizar aquisições estratégicas. Em 2024, o consumidor brasileiro está particularmente atento ao custo-benefício, utilizando o momento da Black Friday para adquirir produtos essenciais e desejados, especialmente na categoria de eletrodomésticos, tecnologia e moda.
Para os varejistas, isso significa investir em campanhas que comuniquem o valor dos produtos e garantam uma experiência de compra excepcional. Transparência, clareza nas ofertas, atendimento ágil e opções flexíveis de entrega são pontos-chave para conquistar o consumidor em um cenário de alta competitividade.
3. A Convergência dos Canais: O Físico e o Digital Mais Conectados do que Nunca
A integração entre o físico e o digital será uma grande aposta do varejo nesta Black Friday. O chamado “varejo phygital” — que une experiências do mundo físico com a conveniência do digital — está em plena ascensão. Os consumidores querem a flexibilidade de comprar online e retirar na loja, assim como desejam testar produtos presencialmente e efetuar a compra por meio digital para aproveitar melhores condições de pagamento.
Para os varejistas, isso significa a necessidade de uma logística cada vez mais ágil e integrada, garantindo que os produtos possam ser encontrados, comprados e entregues da maneira que o cliente deseja. A flexibilidade na entrega é essencial, especialmente durante um evento como a Black Friday, onde a agilidade é um diferencial decisivo.
4. Influenciadores Digitais e o Novo Papel da Conexão Genuína
Os influenciadores digitais continuam a ter um papel fundamental na jornada do consumidor. Em 2024, espera-se que a presença deles seja mais forte do que nunca, mas de maneira mais refinada e segmentada. O consumidor não quer mais promoções genéricas — ele busca conexão e autenticidade.
Os influenciadores que tiverem maior sucesso serão aqueles que realmente entendem o público que estão atingindo e são capazes de agregar valor real às campanhas, oferecendo insights, tutoriais, ou até mesmo mostrando como os produtos se encaixam em suas vidas de maneira prática. As marcas precisam escolher cuidadosamente as parcerias para garantir que a mensagem seja autêntica e, mais importante, relevante para o público.
5. A Competição com os E-commerces Internacionais: Como Superar o Gigante?
Os e-commerces chineses já são uma presença constante no ecossistema brasileiro, e a Black Friday será um grande campo de disputa entre varejistas locais e esses gigantes internacionais. Com preços competitivos e campanhas que frequentemente começam antes do período oficial, esses players colocam pressão no mercado local.
Para competir, o varejo brasileiro deve focar naquilo que faz de melhor: proximidade e entendimento do consumidor local. Entregar ofertas personalizadas, garantir um atendimento humanizado e promover a conveniência são maneiras de criar diferenciação e valor que vai além do preço.
6. Sustentabilidade e Valor Além do Produto: A Nova Demanda do Consumidor
Outro ponto fundamental para a Black Friday deste ano é a crescente demanda por práticas sustentáveis. O consumidor brasileiro está cada vez mais consciente e preocupado com os impactos ambientais de suas compras. Eles desejam mais do que um produto barato — querem que suas escolhas contribuam para um mundo melhor.
Varejistas que conseguirem comunicar seu compromisso com a sustentabilidade, seja através de embalagens ecológicas, redução do desperdício ou práticas responsáveis, terão uma vantagem competitiva significativa. Essa conexão com valores e propósitos pode transformar um cliente pontual em um defensor da marca.
7. A Tecnologia a Favor do Consumo: IA e Personalização
A inteligência artificial já é uma realidade no varejo, e nesta Black Friday, ela pode ser o grande diferencial para alavancar as vendas. Ferramentas que recomendam produtos de maneira personalizada, baseada no comportamento do cliente, ajudam a aumentar a conversão e garantem uma experiência de compra única.
Além disso, a IA pode ser usada para melhorar a eficiência operacional, prever quais produtos terão maior demanda e evitar rupturas de estoque. Quanto mais os varejistas conseguirem antecipar as necessidades dos consumidores, mais preparados estarão para atender às expectativas em um evento tão dinâmico quanto a Black Friday.
8. Black Friday e Natal: Desafio de Balizar Ofertas e Manter o Faturamento
Com a Black Friday cada vez mais próxima do Natal, uma preocupação constante dos varejistas é o impacto que isso pode ter nas vendas de fim de ano. Se todo o poder de compra do consumidor é utilizado em novembro, o que sobra para dezembro? A resposta está no planejamento estratégico das ofertas.
Varejistas devem considerar criar campanhas de pré-Black Friday focadas em produtos menores e reservar algumas ofertas exclusivas e valiosas para o período natalino. Além disso, trabalhar com diferentes públicos-alvo e necessidades sazonais pode ajudar a manter o fluxo de vendas consistente entre os dois eventos.
Conclusão: A Black Friday 2024 é Muito Mais do que Vendas, é uma Nova Oportunidade de Relacionamento
O varejo brasileiro tem pela frente uma das Black Fridays mais promissoras dos últimos anos, mas também uma das mais desafiadoras. O consumidor está mais exigente, mais informado e busca muito mais do que preço baixo — ele quer conveniência, uma boa experiência, sustentabilidade e, acima de tudo, uma conexão genuína com as marcas que escolhe apoiar.
Os varejistas que conseguirem ir além do óbvio, oferecendo experiências personalizadas, sustentáveis e integradas entre canais, estarão prontos para transformar a Black Friday em um evento de relacionamento e fidelização, garantindo que cada cliente conquistado não apenas compre, mas volte e recomende. Este é o verdadeiro sucesso da Black Friday 2024: não apenas vender mais, mas vender melhor e criar laços que durem além de novembro.