O crescimento vertiginoso do mercado de apostas esportivas, com presença marcante em plataformas digitais, patrocínios esportivos e publicidade massiva, faz com que as chamadas bets já ocupem um espaço significativo no cotidiano de muitos brasileiros. Contudo, essa expansão não ocorre sem consequências preocupantes, especialmente para o varejo.
O principal impacto para o setor varejista está relacionado à forma como as bets absorvem recursos financeiros da economia local. O dinheiro investido em apostas não é reinjetado diretamente em bens ou serviços, o que esteriliza a circulação desses recursos nas comunidades.
Para o varejo, já pressionado por desafios como inflação, alta tributação e concorrência acirrada, a competição com as bets por uma fatia do orçamento do consumidor é desigual e inglória.
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Produtos e serviços: o que vem junto com as Bets?
Essa dinâmica afeta principalmente o consumo de produtos e serviços essenciais. Para muitas famílias, os gastos com apostas substituem despesas prioritárias, resultando em uma redução do poder aquisitivo no comércio local.
Pequenos e médios empresários, que dependem diretamente da movimentação econômica de suas regiões, são especialmente prejudicados, enfrentando quedas nas vendas e dificuldades para manter suas operações.
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Todo cuidado é pouco
Além do impacto econômico, a proliferação das bets tem levantado preocupações de ordem social e de saúde pública. O vício em jogos de azar já é classificado como um transtorno psicológico pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pode gerar problemas como endividamento, desajustes familiares e aumento de casos de ansiedade e depressão.
Essa “epidemia silenciosa” agrava ainda mais a situação de comunidades já vulneráveis, criando um ciclo de exclusão que afeta tanto os consumidores quanto os comerciantes locais.
Do ponto de vista legal e regulatório, o mercado de apostas no Brasil ainda opera em um cenário de relativa lacuna normativa. Apesar das promessas de regulamentação, a falta de controle efetivo permite que essas empresas cresçam rapidamente, muitas vezes sem contribuir adequadamente para a economia nacional.
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Bets: de onde vem o dinheiro?
Grande parte do lucro gerado é enviado ao exterior, dificultando o retorno desses recursos para o país em forma de investimentos ou tributos. Para o varejo brasileiro, a concorrência com as bets não se resume apenas à disputa por recursos financeiros. Trata-se também de uma luta por atenção e engajamento do consumidor.
Enquanto o varejo tenta oferecer experiências mais personalizadas e convenientes, as bets capturam o público com promessas de ganhos rápidos e acessibilidade imediata por meio de dispositivos móveis.
Essa nova realidade demanda uma reflexão urgente sobre o papel das apostas esportivas na economia e na sociedade brasileira. Regulamentar e tributar adequadamente esse setor pode ser um passo importante para mitigar seus impactos negativos, redirecionar recursos para áreas essenciais e proteger o varejo, que é fundamental para o crescimento econômico e a geração de empregos no país.