O varejo vive momento de expansão e otimismo impulsionado por uma combinação de fatores econômicos e políticos. O aumento dos programas de auxílio governamental, os ajustes salariais e o crescimento do setor público têm impulsionado o consumo, a massa salarial e, consequentemente, o desempenho das empresas.
No curto prazo, os resultados são inegáveis: maior movimentação no comércio, crescimento das vendas e melhora dos indicadores econômicos. Mas a que custo?
A opção pelo crescimento imediato, muitas vezes caracterizada como “crescer a qualquer preço“, levanta preocupações quanto à sustentabilidade de longo prazo. Em um cenário em que taxas de juros elevadas tornam atraentes os investimentos financeiros mais seguros, o incentivo para alocações na economia real é reduzido.
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Os riscos da expansão
Empresas que optam por investir em expansão enfrentam riscos consideráveis em um ambiente de incertezas econômicas e políticas, especialmente com a proximidade das eleições presidenciais em 2026.
O dilema entre apostar em iniciativas de longo prazo ou colher frutos imediatos é agravado pela falta de foco em controle de gastos e busca por eficiência. Com recursos alocados para sustentar o crescimento no presente, a agenda de sustentabilidade financeira e operacional tende a ser relegada a segundo plano.
Essa abordagem pode comprometer a capacidade das empresas de se adaptarem a cenários adversos no futuro, uma vez que ajustes tardios costumam ser mais dolorosos e menos eficazes.
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Cenário animador
Nos próximos nove trimestres, o desempenho econômico no Brasil deve continuar em alta. O varejo, o consumo e o comércio se beneficiarão desse ambiente favorável, impulsionados por uma combinação de políticas expansionistas e reações positivas do mercado.
Contudo, a grande pergunta permanece: e depois de 2026? O que acontecerá quando os programas de incentivo forem reduzidos ou quando o endividamento público, cada vez maior, limitar a capacidade do governo de intervir na economia?
A resposta a essas questões passa por um maior comprometimento do setor varejista com a sustentabilidade de suas operações. Investimentos em eficiência, automação e gestão financeira podem ajudar a criar um alicerce mais sólido para enfrentar desafios futuros. Além disso, é essencial que o varejo não dependa exclusivamente de incentivos externos para sustentar seu crescimento.
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O governo precisa contribuir
A discussão também deve envolver um olhar mais amplo sobre o papel do Estado. Embora as medidas de fomento econômico tenham trazido benefícios imediatos, é crucial equilibrá-las com políticas de controle de gastos e reformas estruturais.
O objetivo deve ser criar um ambiente onde as empresas possam prosperar de maneira independente, sem depender exclusivamente de estímulos temporários.
O varejo brasileiro tem pela frente uma janela de oportunidades nos próximos anos, mas o sucesso do setor dependerá de sua capacidade de planejar além do presente. Não basta crescer hoje; é preciso garantir que o crescimento de hoje não se torne o problema de amanhã.
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