Em uma jogada ousada, o presidente Donald Trump fechou uma brecha que permitia a entrada de produtos estrangeiros de baixo valor sem tributação nos Estados Unidos, afetando diretamente gigantes do e-commerce chinês como Shein e Temu.
Anteriormente, compras internacionais de até US$ 800 estavam isentas de impostos, facilitando a chegada de inúmeros pacotes ao país. No entanto, essa isenção, conhecida como “de minimis”, tornou-se alvo de críticas por ser uma rota para contrabando de produtos falsificados e materiais para sintetizar fentanil, além de oferecer vantagem tributária às empresas chinesas sobre concorrentes americanos como a Amazon.
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Combate ao tráfico está em jogo
A medida de Trump visa combater o tráfico de fentanil, um opioide sintético que entra ilegalmente nos EUA. Com o fim dessa isenção, o número de pacotes entregues por meio dessa categoria, que subiu de 637 milhões em 2020 para 1,36 bilhão em 2024, deve diminuir significativamente. Mais de 10% das compras vindas da China entraram no país por meio dessa brecha fiscal.
A decisão já impactou o mercado financeiro: as ações da PDD Holdings, controladora da Temu, caíram 6%, enquanto as da JD.com recuaram 1,7%. A Amazon, por outro lado, manteve-se estável.
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Comércio eletrônico sentirá a movimentação de Trump
Embora a medida afete principalmente empresas chinesas, ela também cria obstáculos para o modelo de negócio de muitas empresas americanas que utilizavam essa isenção para facilitar a entrada de produtos no país.
As compras de minimis que não sejam originárias de Canadá, México e China continuam duty free. As barreiras contra o México e o Canadá, que deveriam entrar em vigor nesta terça-feira, foram adiadas por um mês graças a um acordo para o reforço no patrulhamento da fronteira anunciado pelos dois países.
Com essa mudança, espera-se uma reconfiguração no cenário do comércio eletrônico internacional, especialmente para os consumidores acostumados a adquirir produtos de baixo valor sem a incidência de tarifas.
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