Sucessão familiar

Sucessão familiar no varejo: casos de sucesso, fracassos e como fazer dar certo

A sucessão familiar no varejo pode ser o segredo para a continuidade de grandes empresas… ou o motivo de sua ruína. Um exemplo recente que chama a atenção é o caso do Grupo Marabraz, uma gigante do setor, que virou palco de uma intensa disputa judicial entre membros da família Fares. O cenário expôs as complexidades e os riscos de uma transição mal planejada.

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O caso Marabraz: quando a sucessão se torna um imbróglio

O conflito dentro do Grupo Marabraz começou em 2011, quando os irmãos Nasser e Jamel Fares transferiram as cotas da holding da empresa para seus filhos, com o objetivo de blindar o patrimônio de dívidas fiscais.

O plano parecia acertado, mas, em 2022, as tensões vieram à tona. Alegações de conspiração, gastos extravagantes e tentativas de controle absoluto sobre os negócios transformaram a sucessão em um verdadeiro caos.

Abdul Fares, herdeiro e noivo da atriz Marina Ruy Barbosa, chegou a processar o próprio pai, pedindo sua interdição para assumir o controle total dos negócios. O pai, por outro lado, acusava o filho de gastar mais de R$ 22,5 milhões em despesas pessoais, incluindo um anel de noivado milionário. Após anos de disputas, pai e filho finalmente chegaram a um acordo, mas não sem deixar marcas na empresa e na imagem pública da família.

Além disso, uma decisão judicial recente proibiu Abdul e seu primo Nader de vender imóveis da empresa, destacando a fragilidade das relações familiares no comando do negócio.

Essa história serve de alerta: a sucessão familiar precisa ser cuidadosamente estruturada, pois emoções e interesses podem colocar em risco a continuidade da organização.

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Casos de sucesso: quando a sucessão familiar funciona

Nem tudo são brigas e conflitos. Há também histórias de sucessão familiar bem-sucedidas no varejo. Um exemplo notável é o Grupo Magazine Luiza. Sob a liderança de Frederico Trajano e, posteriormente, sua sucessora Luiza Trajano, a empresa passou por um processo exemplar de transição.

Essa troca foi baseada em planejamento estratégico, treinamento contínuo e uma cultura corporativa forte, que alinhou os valores familiares aos objetivos do negócio.

Outro exemplo positivo é o Grupo Gerdau. No ramo do aço, o controle da família foi repassado de geração para geração sem grandes abalos. O segredo? Governança corporativa sólida, transparência na tomada de decisões e foco no crescimento sustentável da empresa, independente das mudanças familiares.

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Lições de fracassos em sucessão familiar

Casos de insucesso não se limitam ao Grupo Marabraz. A Mappin, uma das maiores redes de varejo do Brasil, viu sua derrocada em parte devido a sucessões mal planejadas e desavenças familiares. Após anos de liderança confusa e disputas internas, a empresa não conseguiu se adaptar aos novos tempos e acabou falindo.

Mais um exemplo é o Grupo Mesbla, que também enfrentou dificuldades após mudanças mal estruturadas na gestão familiar, culminando em perdas financeiras e no enfraquecimento da marca no mercado.

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Como fazer a sucessão familiar funcionar?

A sucessão familiar no varejo pode ser um desafio, mas há caminhos para garantir que ela seja positiva e sustentável.

Confira algumas estratégias para minimizar os riscos e aumentar as chances de sucesso:

  • Planejamento antecipado: Não espere que as tensões surjam. Estruture o processo de sucessão com anos de antecedência, detalhando o papel de cada membro da família.
  • Governança corporativa: Estabeleça regras claras para a administração da empresa. Conselhos administrativos independentes podem trazer imparcialidade nas decisões estratégicas.
  • Profissionalização: Nem sempre o herdeiro é a melhor escolha para liderar. Considere a contratação de executivos de mercado para posições-chave, garantindo uma gestão focada no crescimento do negócio.
  • Treinamento e capacitação: Se os sucessores forem familiares, invista no treinamento deles. Eles devem entender não apenas o negócio, mas também as dinâmicas de mercado e as demandas da liderança moderna.
  • Respeito aos fundadores: Equilibrar a influência dos fundadores com a entrada de novas ideias é essencial. Não ignorar a experiência dos mais velhos, mas também abrir espaço para inovação.
  • Mediação e comunicação: Conflitos são inevitáveis em famílias, mas podem ser resolvidos com diálogo e mediação de especialistas. Um consultor externo pode ajudar a alinhar expectativas e interesses.

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Reflexão final sobre sucessão familiar no varejo

A sucessão familiar é uma das etapas mais críticas para qualquer negócio, especialmente no varejo, onde a dinâmica do mercado exige adaptação constante. Casos como o do Grupo Marabraz mostram como conflitos podem colocar tudo a perder, enquanto exemplos como o da Magazine Luiza provam que, com planejamento e estrutura, a transição pode ser um trampolim para o sucesso.

Seja você um fundador, herdeiro ou membro de uma empresa familiar, lembre-se: o futuro da organização não depende apenas do sangue, mas da capacidade de combinar valores familiares com práticas de gestão eficazes.

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