O mercado de shopping centers voltou aos holofotes, com muitos investidores questionando se as ações do setor estão realmente baratas ou se é tudo uma questão de perspectiva. É o que revela uma matéria publicada no portal Brazil Journal.
Para o Itaú BBA, a resposta é clara: é tudo relativo! Mas calma, vamos destrinchar essa análise de forma animada e direta para você entender o que está rolando.
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O cenário atual: descontos ou apenas “descontados”?
As ações de shoppings brasileiros, como Multiplan, Iguatemi e brMalls, estão sendo negociadas a valores bem abaixo de seus picos históricos. Muitos olham para isso e veem uma oportunidade dourada. Afinal, quem não gosta de uma “promoção” no mercado financeiro? Mas, o Itaú alerta: esses “descontos” podem não ser tão atrativos assim quando analisados com uma lupa mais detalhada.
Segundo o banco, o setor está sendo negociado a um desconto médio de 30% em relação ao valor patrimonial líquido (NAV, na sigla em inglês). Parece ótimo, né? Mas, calma aí! Esse desconto é menor do que o visto durante momentos de maior estresse no mercado, como no auge da pandemia. Ou seja, há mais contexto a ser considerado.
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A comparação internacional
Quer um ponto de comparação? Nos Estados Unidos, as ações de shoppings de alto padrão (como Simon Property Group) também estão sendo negociadas a descontos em relação ao NAV – algo em torno de 40%. Em outras palavras, os investidores no Brasil não estão levando o “prêmio” que se imaginaria ao apostar no setor local.
O Itaú aponta que os múltiplos das empresas de shoppings brasileiros não são tão “baratinhos” assim. O preço sobre lucro (P/L) para 2024, por exemplo, está na faixa de 15x para o setor, um nível que já não grita “promoção imperdível” para os analistas.
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Os desafios: menos compras, mais aluguel
Embora o setor tenha mostrado resiliência, a dinâmica dos shoppings mudou. Lembra daquele “vai dar tudo certo” com o varejo físico? Bem, ele sobreviveu, mas com feridas. O aumento do e-commerce transformou o comportamento dos consumidores, e muitos shoppings estão apostando cada vez mais em serviços, entretenimento e até operações imobiliárias para compensar a queda no fluxo de lojas tradicionais.
Além disso, os juros altos no Brasil continuam sendo um peso na balança. Eles encarecem o financiamento para novos projetos e reduzem o apetite por setores intensivos em capital, como o de shoppings.
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Quem está no jogo?
Entre as principais empresas do setor, o Itaú destacou algumas favoritas:
- Multiplan: A queridinha entre os analistas, com shoppings de alto padrão em localizações estratégicas.
- Iguatemi: Apostando em inovação e integração entre o físico e o digital.
- brMalls: Mais focada em shoppings de perfil intermediário, mas com boas perspectivas de crescimento.
Apesar disso, o banco sugere cautela. O crescimento esperado para o setor é estável, mas sem grandes surpresas positivas.
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E agora, vale a pena investir?
Se você está pensando em investir no setor, aqui vai a dica principal: o barato pode sair caro se você não considerar o cenário completo. Os shoppings brasileiros têm potencial, mas estão longe de ser uma aposta sem riscos. O desconto em relação ao valor patrimonial parece atraente, mas é preciso levar em conta os desafios do setor, os juros elevados e a transformação do varejo.
Moral da história: Antes de encher o carrinho com ações de shoppings, lembre-se de que nem toda “promoção” é realmente vantajosa. Analise, compare e, acima de tudo, mantenha os pés no chão – ou no asfalto do estacionamento do shopping.