Em minha trajetória como especialista em gestão de negócios, tive a oportunidade de vivenciar de perto os desafios que startups, grandes empresas e multinacionais enfrentam ao tentar progredir na “pirâmide das necessidades” do empreendedor. Inspirada na Pirâmide de Maslow, essa hierarquia de necessidades empresariais destaca os diferentes estágios que uma organização pode atravessar, desde a sobrevivência até a consolidação e inovação. No entanto, um dos maiores obstáculos que percebo é a dificuldade dessas empresas em reconhecer claramente onde estão, o que muitas vezes as leva a uma trajetória incerta. Nesse momento, o papel do executivo de negócios e das consultorias entra em cena para propor uma tomada de autoconsciência.
No mercado de franquias, é comum ver redes e franqueados que já experimentaram seu auge iniciarem um declínio silencioso, sem reconhecer que voltaram às necessidades de sobrevivência.
Base da Pirâmide: O Básico e a Sobrevivência
Para startups, novas franqueadoras ou franqueados, o topo da pirâmide representa uma ambição inspiradora: alcançar grandeza, inovação, influência de mercado e reconhecimento. No entanto, o desejo de “pensar grande” frequentemente faz com que essas empresas ignorem a importância dos primeiros passos fundamentais. Esse estágio de sobrevivência exige que esses “novos entrantes” foquem em construir um alicerce sólido, executando o básico de forma eficiente. Gestão financeira rigorosa, atendimento de qualidade e um produto consistente são os pilares que permitirão que a empresa avance e atinja estabilidade.
Por outro lado, multinacionais, grandes redes e franqueados pioneiros que já foram líderes de mercado podem, com o tempo, encontrar-se em uma queda silenciosa na pirâmide. O desafio, aqui, é reconhecer a necessidade de “voltar às raízes”, pois muitas vezes esses gigantes ignoram os sinais de alerta, achando que a grandeza passada basta para sustentar o futuro. Nessas situações, é essencial que essas empresas voltem à base: foco no cliente, operações enxutas e uma gestão ágil que assegure eficiência e inovação.
Consolidação e Diferenciação
Entre os dois extremos, existe uma camada de empresas que buscam estabilidade e enfrentam o desafio de se consolidar e se diferenciar. Empresas nessa parte da pirâmide têm a oportunidade de construir relacionamentos profundos com seus clientes e parceiros, cultivar lealdade, fortalecer suas identidades de marca e, futuramente, construir uma comunidade em torno dela. No entanto, isso só é possível quando se mantém um compromisso contínuo com qualidade e adaptação, algo essencial para competir e se destacar. Embora o conteúdo discorra genericamente, essa percepção de fortalecimento de marca e construção de relacionamentos aplica-se a todos os tipos de empresas: franqueadoras e franqueadas, pequenas ou grandes.
É comum que, ao buscar esse estágio de crescimento e consolidação, empresas jovens ainda precisem ajustar processos internos e definir estratégias claras. As grandes, por sua vez, podem precisar abandonar práticas burocráticas ou ultrapassadas para atender ao dinamismo do mercado.
Topo da Pirâmide: Reconhecimento e Renovação
Alcançar o topo da pirâmide significa ser uma empresa capaz de inovar, construir uma comunidade e inspirar outras. No entanto, manter-se no topo exige uma consciência crítica e constante. Para empresas que já estiveram em destaque, o erro mais comum é ignorar sinais de que estão descendo na pirâmide. Reconhecer a necessidade de se reinventar e revisitar a base é essencial para evitar uma queda fatal.
Nesse pico, é muito comum as empresas perderem a essência da jornada que as levou até ali e, com certa soberba de quem atingiu o topo, desconsiderarem feedbacks e sinais de alerta que possam ameaçar o status quo.
Conclusão
A pirâmide das necessidades do empreendedor não é um caminho linear, mas uma estrutura cíclica que exige adaptação constante. Novos empreendedores precisam aprender a caminhar antes de correr, garantindo uma base sólida. Já as grandes, que muitas vezes já se beneficiaram do topo, devem cultivar uma humildade estratégica, sabendo quando voltar aos fundamentos. A tomada de consciência é o passo mais difícil e essencial, pois é ela que determina a capacidade de adaptação, a força para lidar com crises e o impulso para um crescimento sustentável.
Uma resposta
Excelente texto!
A pirâmide das necessidades faz total sentido para o universo de franquias. É um lembrete importante de que, para crescer e se destacar, não basta apenas chegar ao topo, mas saber voltar aos fundamentos quando necessário. Manter-se relevante no mercado exige adaptação constante e atenção aos sinais de mudança. Inspirador para quem quer evoluir de forma sustentável!