Black Friday 2024: Quando a Inteligência Artificial Deixa de Ser Tendência e Vira Necessidade

Black Friday 2024: Quando a Inteligência Artificial Deixa de Ser Tendência e Vira Necessidade

A Black Friday de 2024 marcou uma virada decisiva para o varejo digital no Brasil. Mais do que um pico de vendas, o evento se consolidou como um verdadeiro teste de estresse para plataformas de e-commerce. Com consumidores cada vez mais exigentes e jornadas de compra fragmentadas entre apps e sites, a performance tecnológica deixou de ser diferencial para se tornar um requisito básico. O relatório FlashBlack 2025, produzido pela R/GA, traz dados alarmantes — e oportunidades claras — para quem deseja se destacar em 2025.

Leia também: Nova marca no mercado – Atto Primo: Licor de Pistache de Qualidade Premium

Tecnologia sob pressão: onde estamos falhando

O estudo avaliou 31 dos principais e-commerces do país durante o período da Black Friday, revelando falhas críticas:

  • 10 varejistas enfrentaram erros de timeout no próprio dia da Black Friday.
  • 20 apresentaram falhas no processo de compra, impactando diretamente a conversão.
  • 13 ainda exibem problemas de layout que confundem o usuário, como botões que mudam de posição inesperadamente.

Apesar da corrida por inovação, muitos sites ainda tropeçam no básico. A média de carregamento do conteúdo principal ainda está acima dos 2,5 segundos ideais em boa parte dos setores — um detalhe que pode custar a atenção (e a compra) de um cliente.

IA: da promessa à prática

A grande protagonista desta edição do FlashBlack é a Inteligência Artificial Generativa. Mas o que poderia ser um divisor de águas ainda é subutilizado:

  • Apenas 4 e-commerces entregaram resultados de busca personalizados com base no perfil do cliente.
  • 2 usaram IA para resumir avaliações de produtos.
  • Menos da metade ofereceu recomendações personalizadas na home com base nas interações do usuário.

Esses números revelam que a maioria das empresas ainda está no estágio experimental da IA, enquanto o consumidor já espera experiências contextualizadas, conversacionais e eficientes.

Busca interna e recomendações: as engrenagens invisíveis

A experiência de busca é um dos pontos mais críticos da jornada. O relatório revela que:

  • 18 e-commerces não corrigem erros de digitação na busca interna.
  • 20 não interpretam buscas semânticas, como “look para festa à noite”.
  • Apenas 4 oferecem busca por imagem, recurso já presente no comportamento do consumidor, via Google Lens.

A ausência dessas funcionalidades representa uma experiência desconectada do modo como as pessoas buscam e consomem conteúdo online.

Logística e pós-venda: a hora da verdade

Mesmo após o clique em “comprar”, o trabalho está longe de terminar. A entrega ainda é um ponto frágil:

  • 22 empresas não permitem agendamento de entrega.
  • 9 não oferecem entrega em até um dia.
  • Apenas 15 exibem pontos de retirada ordenados por proximidade.

Na era da conveniência, esses pontos podem ser decisivos na escolha entre sua marca e o concorrente.

Chatbots: o canal que promete, mas ainda não entrega

Apesar da popularização dos bots, a experiência ainda está aquém do esperado:

  • Apenas 2 chatbots compreenderam mensagens de áudio.
  • Nenhum atuou como assistente de compras.
  • A maioria não usa histórico de conversa ao transferir para atendimento humano.

Se a IA tem o potencial de humanizar o digital, os chatbots ainda precisam evoluir muito para cumprir essa missão.

Acessibilidade: a barreira invisível

A inclusão digital ainda é um desafio ignorado por muitos:

  • Apenas 4 e-commerces alcançaram a pontuação ideal em acessibilidade.
  • Poucos oferecem recursos como Libras ou text-to-speech.
  • O problema se estende à infraestrutura: apps e sites da mesma marca nem sempre oferecem a mesma experiência.

Num país com mais de 18 milhões de pessoas com deficiência, isso é mais que uma falha técnica — é uma falha estratégica.


O que esperar da próxima temporada?

O relatório da R/GA é um alerta: a Black Friday deixou de ser um evento promocional e se tornou um exame nacional de maturidade digital. Em 2025, não bastará ter bons preços — será necessário ter:

  • Plataformas rápidas e estáveis.
  • Navegação inteligente, com IA que entende contexto.
  • Atendimento conversacional, eficiente e inclusivo.
  • Logística flexível, com foco no cliente.

Como bem conclui o relatório: “Se a vitrine está montada e as ofertas estão no ar, o site também precisa estar.”

Para os varejistas que querem liderar, a hora de investir em tecnologia e personalização é agora.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *