Casas Bahia reduz prejuízo em 54,8% e foca em crescimento para 2025

Casas Bahia reduz prejuízo em 54,8% e foca em crescimento para 2025

No quarto trimestre de 2024, a Casas Bahia apresentou sinais vibrantes de recuperação, com as lojas físicas retomando seu protagonismo e contribuindo para uma expressiva redução de 54,8% no prejuízo, que fechou em R$ 452 milhões.

As vendas nas mesmas lojas (SSS) dispararam 17,1% no período, refletindo um aumento significativo na participação de mercado e impulsionando as vendas gerais da companhia. A receita bruta atingiu R$ 9,52 bilhões, um crescimento de 8,1% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto a receita líquida foi de R$ 7,98 bilhões, representando uma alta de 7,6%.

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Recuperação operacional e eficiência nas lojas físicas

O volume bruto de mercadorias (GMV) consolidado subiu 9,9%, impulsionado pela forte alta de 23,7% no marketplace (3P). A margem bruta aumentou para 30,8%, um incremento de 3,2 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2023, refletindo maior eficiência nas operações. A margem EBITDA ajustada foi de 8%, avanço de 5,8 pontos percentuais, com um EBITDA ajustado de R$ 640 milhões — quatro vezes o registrado um ano antes.

Renato Franklin, CEO da Casas Bahia, destacou a importância dessas melhorias operacionais, especialmente considerando o cenário macroeconômico desafiador. Ele ressaltou que a empresa conseguiu reverter a queima de caixa, passando de uma perda de R$ 600 milhões em 2023 para um saldo positivo de R$ 1 bilhão em 2024. O saldo de liquidez, incluindo recebíveis, subiu para R$ 4 bilhões, um aumento de R$ 882 milhões em relação ao trimestre anterior.

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Corte de gastos

A gestão manteve disciplina na recuperação do negócio, cortando 2,5% das despesas no quarto trimestre, totalizando uma redução de 5,4% em 2024. Parte dessa redução deve-se à diminuição do quadro de funcionários e ao fechamento de oito lojas no período. Franklin enfatizou a importância de avaliar constantemente a rentabilidade das lojas, fechando aquelas que não apresentam resultados satisfatórios, embora esses movimentos devam ser mais pontuais daqui para frente.

Para 2025, a companhia foca em duas frentes principais: continuar aprimorando a operação, com alavancagem operacional, crescimento de receita em lojas físicas e crediário, além de buscar maior eficiência operacional; e avançar na monetização de ativos. As demandas judiciais trabalhistas caíram 14%, para R$ 196 milhões, indicando uma melhoria no ambiente interno da empresa.

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Crediário e inadimplência: pilares do crescimento

O crediário, um dos pilares estratégicos do crescimento, atingiu um recorde de R$ 6,2 bilhões em carteira ativa, um crescimento de R$ 824 milhões na comparação anual. Apesar da expansão, a inadimplência acima de 90 dias caiu 1,4 ponto percentual, para 8,0%, demonstrando a qualidade e resiliência da carteira. Além disso, a operacionalização do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), iniciada em fevereiro, deve fortalecer a diversificação de recursos para sustentar essa expansão.

Esses resultados refletem a dedicação e a estratégia da Casas Bahia em reverter cenários adversos, fortalecendo sua posição no mercado e preparando o terreno para um futuro promissor.

Impactos no varejo

A expressiva recuperação da Casas Bahia no quarto trimestre de 2024 evidencia uma mudança significativa no cenário do varejo, reforçando a importância da adaptação operacional e do equilíbrio financeiro para enfrentar desafios macroeconômicos. A retomada da força das lojas físicas, combinada ao avanço no marketplace e à eficiência operacional, demonstra um modelo híbrido bem-sucedido, essencial para a competitividade no setor.

Além disso, a melhoria na qualidade do crédito e a busca por novas formas de monetização apontam para uma estratégia sustentável de crescimento.

Esses avanços não apenas consolidam a recuperação da empresa, mas também sinalizam tendências relevantes para o varejo brasileiro, que demanda cada vez mais inovação, controle de custos e diversificação de receitas para garantir resiliência e rentabilidade no longo prazo.

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