A gigante espanhola da moda, Inditex, proprietária da Zara, registrou uma desaceleração no crescimento de suas vendas no início deste ano fiscal. Entre 1º de fevereiro e 10 de março, as vendas físicas e online aumentaram apenas 4%, excluindo variações cambiais, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Este desempenho contrasta com o crescimento de 10,5% observado até o final de janeiro.
O CEO da Inditex, Óscar García Maceiras, destacou que a empresa está bem posicionada para mitigar possíveis impactos de tarifas, graças à sua diversificação geográfica tanto no fornecimento de produtos quanto nas vendas. No entanto, ele reconheceu que o ambiente atual é difícil de prever e que a empresa está monitorando a situação de perto.
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Impacto no mercado: ações da Inditex em queda
A notícia da desaceleração no crescimento das vendas resultou em uma queda de 7,5% nas ações da Inditex na Bolsa de Madrid, a maior queda percentual em um único dia desde os primeiros dias da pandemia de COVID-19.
No Brasil, a Zara ocupa a décima posição no Zara Index, que compara uma cesta de 12 itens em 54 países, tomando os Estados Unidos como referência. Os preços no Brasil estão, em média, 135% acima dos praticados nos EUA. Em 2014, essa diferença era de 49%. Atualmente, Turquia (+248%), Vietnã (+246%) e Índia (+237%) lideram o índice.
A Inditex enfrenta desafios significativos devido à crescente concorrência de plataformas online chinesas de baixo custo, que estão aquecendo a competição no setor de fast-fashion. A empresa continua a monitorar o mercado e a ajustar suas estratégias para manter sua posição de destaque no mercado global de moda.
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O que isso pode gerar no varejo?
A desaceleração no crescimento das vendas da Inditex afeta diretamente o varejo ao evidenciar desafios estruturais no setor de moda, especialmente no fast-fashion. A queda nas ações da empresa reflete a sensibilidade do mercado às mudanças no consumo e à crescente concorrência de varejistas online de baixo custo.
Além disso, a disparidade de preços entre diferentes mercados, como o Brasil, destaca questões relacionadas à precificação e ao impacto das taxas de importação.
Diante desse cenário, varejistas precisarão adotar estratégias mais dinâmicas, como diversificação de fornecedores, ajustes na precificação e investimentos na experiência digital, para manter a competitividade em um ambiente cada vez mais desafiador.